A vida cristã não é uma jornada solitária. Desde o início da história da salvação, Deus chama o ser humano para viver em relação – com Ele e com os outros. O chamado à comunidade é uma marca do cristianismo e está no centro da missão de Jesus. Somos chamados para ser comunidade, não por conveniência, mas por vocação.
Ser comunidade é mais do que estar junto fisicamente ou pertencer a um grupo religioso. É viver a fraternidade, partilhar a vida, carregar os fardos uns dos outros e crescer juntos na fé. É o que os primeiros cristãos viviam com intensidade: “Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum” (Atos 2,44). Essa unidade era o testemunho mais forte do amor de Deus entre eles.
Em um mundo marcado pelo individualismo e pela cultura do descarte, o chamado à comunidade é uma contracultura. Ser comunidade é reconhecer que precisamos uns dos outros, que a fé se fortalece no encontro, na escuta e no cuidado mútuo. É no convívio com o diferente que aprendemos a amar de verdade, a perdoar e a sermos pacientes.
A comunidade é também o lugar do discernimento e do serviço. Nela, cada pessoa tem um dom, uma missão, e todos são chamados a contribuir para o bem comum. Quando vivemos como comunidade, refletimos o rosto de Cristo ao mundo: um Deus que se fez próximo, que lavou os pés dos seus discípulos e que nos envia a fazer o mesmo.
Por isso, ser comunidade não é apenas um ideal bonito, é uma resposta concreta ao chamado de Deus. É onde nossa fé se encarna e onde o amor se torna visível.